terça-feira, junho 16, 2009
Origem da música brega.
O Brega tem como precursora a música de fossa e dor-de-cotovelo em geral, muito difundida no Brasil nas décadas de 20 e 30, que poderia ser chamada de brega, mas não é. Até porque até então não cumpria a função social do brega. Mas que função é essa? O que é brega?
Brega é muito mais um estado de espírito, do que apenas uma música. Brega é antes de tudo um conceito estilístico, bem antes de ser um ritmo. Brega é um termo pejorativo, e essa música até então era socialmente aceita. Então ainda não era brega.
Mas foi com os mesmo DNA, que, com o passar dos anos, o brega veio a crescer, e ser assim chamado. É considerado o pai do brega o saudoso Waldick Soriano, a partir da década de 50. Então, são irmãos do brega: As serestas, sambas-canções e boleros da época, interpretados por Nelson Ned, Agnaldo Timóteo, Moacir Franco, Vicente Celestino, entre outros. É difícil chegar a um denominador comum quando se trata de definir o que é brega. Uma boa definição é a da jornalista Miriam Fávaro:
“A música brega pode ser identificada como uma estética do exagero. Suas letras românticas, dramáticas ou eróticas demais, somadas à interpretação, ao gestual e ao figurino também exagerados, conferem uma característica marcante ao gênero”.
Poderíamos enquadrar então inúmeros artistas no rótulo brega, ao adotarmos um conceito meramente estilístico para definí-los. Será que o pessoal da Jovem-Guarda é brega? Será que o “rei” Roberto Carlos é brega? E que tal a mundialmente famosa musa do pop, Madonna?
Para a antropóloga e historiadora Adriana Facina, há vários padrões estéticos que são comuns ao estilo brega. Eles se revelam nos temas, no vestuário, nos gestuais e na forma de cantar. Um desses padrões é o romantismo exagerado, que já estava presente nas canções brasileiras desde o início dos anos 30. Sendo assim, fica clara a compreensão de que o brega independe do ritmo, de quem canta e de quem ouve. Será que isso é suficiente para delimitar o que é brega? É pouco. Para saber o que é ser brega, é preciso sentir o peso de carregar esse estigma. É preciso sofrer com o rótulo tanto quanto seus intérpretes parecem sofrer cantando, ou seus compositores nas letras das músicas.
O brega para ser brega necessita de um contexto. Em especial, de um contexto social, onde esse tipo de música sempre sofreu discriminação e foi tachado de música para pobres, para pessoas sem cultura.
Para nós, Brega vai ser o que, além da estética, sofre preconceito social. Podemos ver no dicionário que brega é um termo pejorativo. Então para nós, só é brega o que, além de esteticamente, o é socialmente.
História do Brega
No final dos anos 50, o desenvolvimento urbano, o crescimento econômico e a liberdade política fizeram surgir no Brasil uma juventude de classe média pronta para consumir novos bens reais e simbólicos mais de acordo com a modernidade daqueles tempos. Surgiu então a bossa nova, que trouxe uma forma minimalista de cantar, atuar e tocar, além de letras leves e uma harmonia sofisticada. Por contrastar totalmente com o excesso do estilo anterior, acertou em cheio nas preferências daquele novo consumidor urbano. O estilo romântico antigo passou então a ser classificado como de mau gosto ou “cafona”, conforme classificação dada pelo jornalista Carlos Imperial no começo dos anos 60.
O Brega (aquele que cumpre a sua função social) surgiu nos anos 50, junto com um série de mudanças sociais, econômicas, politicas e culturais. A juventude, que até então não tinha uma música só para si, e que tem por costume desde sempre negar o que é oriundo de gerações anteriores, prontamente passou adorar a Bossa Nova em detrimento da música romântica.
Para azar de seus ícones e epígonos, o contexto político da época não ajudava. A música era um instrumento de protesto e o brega considerado alienado, aumentando o fosso entre elas para o campo ideológico. Até a Jovem-Guarda era considerada cafona. Enquanto o regime militar procurava censurar qualquer manifestação que fosse contrária à ele, a MPB, novo gênero recém-surgido, tentava burlar a repressão com metáforas, e a música brega cantava o dia-a-dia de pessoas do povo, comuns, ganhando assim mais espaço na mídia que a “maldita” MPB. Tornou-se a principal opção para a indústria fonográfica e os meios de comunicação de massa. Até hoje o brega guarda esse estigma de música comercial. Não só de música. De qualquer coisa comercial e popularesca em geral, como é possível acompanhar na definição de um famoso dicionário:
“Que apela para o gosto popular: programas de TV bregas”
“Diz-se de música com exageros de romantismo e dramaticidade, geralmente feita para as camadas populares”
Há dificuldades para classificar o Brega enquanto gênero musical inserido ou não na indústria cultural, devido às suas subdivisões; ele oscila entre indústria e resistência em alguns momentos da história, porém passando a maioria absoluta do tempo inserido na indústria. Afinal, esse conceito é bastante abstrato, em especial no Brasil, onde a classe média economicamente dominante é completamente heterogênea e não necessariamente é também a classe intelectualmente mais favorecida.
Entretanto é fácil classificá-lo fazendo um apanhado geral, com números absurdos. Gretchen vendeu cinco milhões de discos no Brasil e dois milhões entre Argentina, Paraguai e Uruguai apenas com o disco My Name is Gretchen. Ela se apresentou na Coréia do Sul, por toda Europa e Estados Unidos, inclusive com shows de lambada, ritmo que era um hit nos anos 90. Até hoje é presente em shows, na tv e em disco, e é por muitos reconhecida como a pioneira de um estilo. Assim como Beto Barbosa que chegou a vender cerca de 6 milhões de cópias, conquistando dois discos de diamante, sete de ouro e outros sete de platina-duplo, além de cantar na Europa, África e Estados Unidos. José augusto Até 2008, vendeu aproximadamente 20 milhões de discos em todo o mundo. Depois de Roberto Carlos, é o artista brasileiro que mais vendeu discos na América Latina.
Mais recentemente o fenômeno Calypso além das boas vendas a banda ganhou o título de artistas mais populares do pais no mundo da musica, seguidos deles a dupla Zezé di Camargo e Luciano, nessa mesma lista nomes como Roberto Carlos, Ivete Sangalo também foram citados.
O Brega tem como precursora a música de fossa e dor-de-cotovelo em geral, muito difundida no Brasil nas décadas de 20 e 30, que poderia ser chamada de brega, mas não é. Até porque até então não cumpria a função social do brega. Mas que função é essa? O que é brega?
Brega é muito mais um estado de espírito, do que apenas uma música. Brega é antes de tudo um conceito estilístico, bem antes de ser um ritmo. Brega é um termo pejorativo, e essa música até então era socialmente aceita. Então ainda não era brega.
Mas foi com os mesmo DNA, que, com o passar dos anos, o brega veio a crescer, e ser assim chamado. É considerado o pai do brega o saudoso Waldick Soriano, a partir da década de 50. Então, são irmãos do brega: As serestas, sambas-canções e boleros da época, interpretados por Nelson Ned, Agnaldo Timóteo, Moacir Franco, Vicente Celestino, entre outros. É difícil chegar a um denominador comum quando se trata de definir o que é brega. Uma boa definição é a da jornalista Miriam Fávaro:
“A música brega pode ser identificada como uma estética do exagero. Suas letras românticas, dramáticas ou eróticas demais, somadas à interpretação, ao gestual e ao figurino também exagerados, conferem uma característica marcante ao gênero”.
Poderíamos enquadrar então inúmeros artistas no rótulo brega, ao adotarmos um conceito meramente estilístico para definí-los. Será que o pessoal da Jovem-Guarda é brega? Será que o “rei” Roberto Carlos é brega? E que tal a mundialmente famosa musa do pop, Madonna?
Para a antropóloga e historiadora Adriana Facina, há vários padrões estéticos que são comuns ao estilo brega. Eles se revelam nos temas, no vestuário, nos gestuais e na forma de cantar. Um desses padrões é o romantismo exagerado, que já estava presente nas canções brasileiras desde o início dos anos 30. Sendo assim, fica clara a compreensão de que o brega independe do ritmo, de quem canta e de quem ouve. Será que isso é suficiente para delimitar o que é brega? É pouco. Para saber o que é ser brega, é preciso sentir o peso de carregar esse estigma. É preciso sofrer com o rótulo tanto quanto seus intérpretes parecem sofrer cantando, ou seus compositores nas letras das músicas.
O brega para ser brega necessita de um contexto. Em especial, de um contexto social, onde esse tipo de música sempre sofreu discriminação e foi tachado de música para pobres, para pessoas sem cultura.
Para nós, Brega vai ser o que, além da estética, sofre preconceito social. Podemos ver no dicionário que brega é um termo pejorativo. Então para nós, só é brega o que, além de esteticamente, o é socialmente.
História do Brega
No final dos anos 50, o desenvolvimento urbano, o crescimento econômico e a liberdade política fizeram surgir no Brasil uma juventude de classe média pronta para consumir novos bens reais e simbólicos mais de acordo com a modernidade daqueles tempos. Surgiu então a bossa nova, que trouxe uma forma minimalista de cantar, atuar e tocar, além de letras leves e uma harmonia sofisticada. Por contrastar totalmente com o excesso do estilo anterior, acertou em cheio nas preferências daquele novo consumidor urbano. O estilo romântico antigo passou então a ser classificado como de mau gosto ou “cafona”, conforme classificação dada pelo jornalista Carlos Imperial no começo dos anos 60.
O Brega (aquele que cumpre a sua função social) surgiu nos anos 50, junto com um série de mudanças sociais, econômicas, politicas e culturais. A juventude, que até então não tinha uma música só para si, e que tem por costume desde sempre negar o que é oriundo de gerações anteriores, prontamente passou adorar a Bossa Nova em detrimento da música romântica.
Para azar de seus ícones e epígonos, o contexto político da época não ajudava. A música era um instrumento de protesto e o brega considerado alienado, aumentando o fosso entre elas para o campo ideológico. Até a Jovem-Guarda era considerada cafona. Enquanto o regime militar procurava censurar qualquer manifestação que fosse contrária à ele, a MPB, novo gênero recém-surgido, tentava burlar a repressão com metáforas, e a música brega cantava o dia-a-dia de pessoas do povo, comuns, ganhando assim mais espaço na mídia que a “maldita” MPB. Tornou-se a principal opção para a indústria fonográfica e os meios de comunicação de massa. Até hoje o brega guarda esse estigma de música comercial. Não só de música. De qualquer coisa comercial e popularesca em geral, como é possível acompanhar na definição de um famoso dicionário:
“Que apela para o gosto popular: programas de TV bregas”
“Diz-se de música com exageros de romantismo e dramaticidade, geralmente feita para as camadas populares”
Há dificuldades para classificar o Brega enquanto gênero musical inserido ou não na indústria cultural, devido às suas subdivisões; ele oscila entre indústria e resistência em alguns momentos da história, porém passando a maioria absoluta do tempo inserido na indústria. Afinal, esse conceito é bastante abstrato, em especial no Brasil, onde a classe média economicamente dominante é completamente heterogênea e não necessariamente é também a classe intelectualmente mais favorecida.
Entretanto é fácil classificá-lo fazendo um apanhado geral, com números absurdos. Gretchen vendeu cinco milhões de discos no Brasil e dois milhões entre Argentina, Paraguai e Uruguai apenas com o disco My Name is Gretchen. Ela se apresentou na Coréia do Sul, por toda Europa e Estados Unidos, inclusive com shows de lambada, ritmo que era um hit nos anos 90. Até hoje é presente em shows, na tv e em disco, e é por muitos reconhecida como a pioneira de um estilo. Assim como Beto Barbosa que chegou a vender cerca de 6 milhões de cópias, conquistando dois discos de diamante, sete de ouro e outros sete de platina-duplo, além de cantar na Europa, África e Estados Unidos. José augusto Até 2008, vendeu aproximadamente 20 milhões de discos em todo o mundo. Depois de Roberto Carlos, é o artista brasileiro que mais vendeu discos na América Latina.
Mais recentemente o fenômeno Calypso além das boas vendas a banda ganhou o título de artistas mais populares do pais no mundo da musica, seguidos deles a dupla Zezé di Camargo e Luciano, nessa mesma lista nomes como Roberto Carlos, Ivete Sangalo também foram citados.
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